"Quando você chegar ao seu futuro, vai culpar o seu passado"? (Robert Half)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DESAPEGO À RAÇA


"Eu hoje joguei tanta coisa fora
E vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim."



Quando li o exercício do Desapego a Raça proposto pela Vanessa Tobias, minha   mestra, do Curso Life Coaching, de Florianópolis/SC, pensei incialmente: “isso vai ser difícil”.  Imprimi, e guardei para o dia seguinte.
Quando acordei, pensei: “vou começar depois do café.”
Durante o café, fui pensando nas coisas que poderia me desfazer e fui buscando na memória várias delas.
Primeiro achei que não daria 50, mas apenas umas 5 coisas. E então, assim que  terminei meu chá matinal, comecei.
Em primeiro lugar, separei algumas roupas de frio, que já estavam meio gastas pelo tempo, pois algumas, eu colecionava desde os meus 15 anos de idade... já eram de estimação. Foi difícil me desfazer delas, mas consegui. 
Outra, era presente antigo, da época da faculdade, quando tinha meus 22 anos. Nunca fui me desfazendo daquilo, porque estava em bom estado, mas me fazia lembrar de um passado há muito adormecido, e que eu não queria mais mexer.
E quanto mais eu tirava, mas coisas achava.
Depois das roupas, foram os pijamas (também muito antigos), os vestidos, os cintos, as lingeries (essas últimas foram para o lixo).
Em seguida, mergulhei no universo dos acessórios. Fui olhar minha caixinha de bijouterias, e descobri que ali havia uma imensidão de coisas que não usava e nunca usei. Guardei, simplesmente, porque eram presentes, mas que muitos não faziam o meu gosto. E fui guardando por consideração. A medida que tirava, ia encontrando, relógios, colares, broches, tiaras, pulseiras. E assim, fui me desfazendo de algumas coisas. A maioria vai para doação. Outros darei de presente, já que se encontram em perfeito estado e nunca foram usados.
Logo,  encontrei também sapatos. Esses que mesmo lindos e em perfeito estado, muito me acompanharam, mas foram pouco usados, devido ao desconforto que me causavam. Então, peguei todos aqueles saltos, e pensei: é agora! Vão para doação! E outros, como presente.
Retirei alguns livros (pois já havia feito uma limpa em vários deles, no começo do ano), pequenos objetos de decoração (que não combinam mais em nada com o ambiente em que vivo), imagens religiosas (doarei tudo, já que estou mais acordada para a espiritualidade, do que para religiosidade), CDs, DVDs, jogos de Wii (que foram comprados na Europa, mas que não tiveram qualquer utilidade em nosso aparelho americano), toalhas e roupas de cama (irão para doação), toalha de mesa (doação),  quadros, óculos, caixas, incensário, porta retrato, travesseiro, lixeira, tapete, guirlanda de Natal, ursinho de pelúcia, árvore de Natal, baralho de tarô (já tive meu lado esotérica!). Itens todos doados.
Outros tantos, foram para o lixo reciclado: pinças, corta unhas, alicates de unha, modelador de cílios, pedacinhos de velas, cosméticos vencidos, maquiagens vencidas, remédios com validade já estourada, óleos aromáticos e incensos (todos vencidos).
E ainda, uma máquina digital velha, que estragou. Não sei se há concerto. E não sei o que fazer com ela. Não sei se darei ao reciclado ou doarei.
Puxa! E eu que tinha começado esse desapego, bem descrente que encontraria 5 itens, encontrei exatamente os 50! Perdi o horário da ginástica, na academia, pois passei a manhã inteira fazendo o exercício. Mas em compensação fiz uma ginástica mental e com o coração. Deixando meu ambiente mais leve, minha consciência menos carregada e minha alma mais alegre, pois sei que muitos se beneficiaram das coisas que doarei.
Esse exercício deveria ser praticado a cada 6 meses ou pelo menos a cada ano, para que possamos refletir sobre o quanto acumulamos coisas desnecessárias as nossas vidas. Que ficam preenchendo gavetas, armários e a alma.
Assim, deveríamos fazer também com nossos sentimentos e pensamentos. Livrar-nos daqueles que são desnecessários a nossa vida. E que apenas ocupam os lugares onde os sentimentos e pensamentos novos deveriam fazer parte. Outros tantos bons sentimentos, que carregamos conosco, poderiam ser doados mais vezes, mas que tantas vezes nos esquecemos em algum canto, por falta de tempo, desinteresse ou mesmo covardia.
Ontem, assistindo com o meu marido, mais uma palestra da Laura Botelho, sobre percepção o EGO=EU; percepção sobre a importância do equilíbrio das emoções; como as frequências vibratórias nos afetam e outras tantas coisas, comecei a entender que preciso deixar ir alguns sentimentos. Mas para isso preciso desenvolver outros, para que esses que quero me livrar, não voltem ou fiquem impregnados em minhas células e repassem essas informações que herdei geneticamente, no seio familiar, e no minha formação social (escola, amigos, imagens midiáticas) para as próximas gerações.
Percebi então, o quanto preciso estar mais atenta, mais conexa ao que desejo. Manter uma regularidade nos hábitos, nas metas que desejo conquistar, manter uma ordem e gerar um bem estar em minha vida. Por isso, estou buscando meu autodesenvolvimento. E acredito que isso me levará a abrir portas para as demais áreas da vida.
Refletindo sobre isso, estou me livrando de sentimentos como: MEDO, RAIVA, RUMINAÇÃO DE PENSAMENTOS NEGATIVOS SOBRE AS PESSOAS COM QUEM CONVIVO, DESCRENÇA NAS PESSOAS AO MEU REDOR,  NERVOSISMO INCONTROLÁVEL QUANDO AS EMOÇOES ESTÃO ABALADAS.
Doarei mais palavras amigas, mais ideias, mais ajuda, mais esperança, mais iluminação e formas novas de perceber o mundo. Agradecerei mais.
Fazer o exercício do desapego a raça foi uma atividade dolorosa/prazerosa.  Revivi os papéis e objetos guardados na alma. Encontrei o passado, rasguei aquilo que queria apagar da vida, guardei com cuidado o que queria ter mantido, joguei fora o que não me fazia sentido. Abri as gavetas há muito fechadas, levantei poeira pelo cômodo. Acordei emoções que dormiam em alguma gaveta da alma. Encontrei muitos "eus". Eu que queria mudar o mundo, na "Revolução da sustentabilidade e dos créditos de carbono. Eu que tentava me encontrar no esoterismo ou na religiosidade. Eu estudante que mudaria o mundo por conta da minha dissertação de mestrado. De quantos "eus" me faço e junto os pedaços para encontrar uma face que de tantas tem uma só certeza: sanidade é opção diária e exige esforço contínuo. E esse exercício de me ser é por vezes dolorido, pois quanto de mim tenho de abandonar. E abandono fazendo uma grande faxina, na casa e na alma.

Taís Carolina Seibt Rick.

3 comentários:

  1. "Sanidade é opção diária e exige esforço contínuo". Brilhante Taís!! Acredito que essa é a árdua tarefa do auto-conhecimento e aperfeiçoamento: cada momento exige um eu, o que eu era antes, não necessariamente é o ideal para o eu agora. Logo, cada momento ou fase da vida necessita de um outro "eu". E é aí que o desapego, material ou imaterial, é instrumento de renovação de forças e energias para não nos prendermos a idéias e conceitos do passado que nos façam deixar de aproveitar o presente, e plantar agora as sementes para colher os frutos no futuro. Abraço!

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    1. Obrigada pelo belíssimo e importante comentário!!! Agradeço muito por ter você em minha vida! Beijão, meu amigo!

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  2. Taís estou fazendo o desapego a 3 semanas, tbm estou fazendo o coaching da Vanessa com a Dani Melere. Muito bom esse desapego, está me ajudando muito, to tirandi kilos e passado de dentro de mim que ja não me servem mais. Bjão !!!

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